segunda-feira, 17 de junho de 2013

Gigantes pela própria natureza!

por Bruno David

Vem pra rua, porque a rua é o maior púlpito do Brasil!


Indignação. Em resumidas contas, é isso o que move o povo brasileiro à se colocar nas ruas e lutar pelos seus direitos.  É bom ver que algumas sementes daqueles antigos sentimentos que moveram outras gerações nas Diretas Já e no impeachment de Collor, por exemplo, ainda são fecundas e brotaram do solo de nossa Terra, Mãe-Gentil. Regados pela força da juventude de nosso país, estamos acordando depois de um longo sono em berço esplêndido ao som dos desmandos que se pode ouvir lá do planalto central.

Aumento dos transportes públicos (de má qualidade), saúde precária, educação ineficaz ou inexistente, bolsa-dependência do governo, inflação que começa a nos assustar novamente, e estádios que fazem dos cofres públicos um chafariz de oportunidades para os que se esquecem das reais necessidades do povo e vendem uma imagem cheia de carnaval, samba e futebol para os que vem de fora.

Essa é a nossa realidade. Estádios cheios, cabeças vazias. Barrigas cheias (milagre das esmolas), e cidadãos compráveis, manipuláveis. A bola rola, e o dinheiro escorre. A torcida grita gol, e os condenados de Mensalão estão por aí, livres e juntos neste mesmo grito de gol. As filas para entrar nos estádios estão imensas, mas e as filas dos hospitais? Mas e a remuneração dos professores? Mas e os postos de saúde? Mas e as iniciativas culturais? Mas e a emancipação intelectual do nosso povo? Mas quando vamos ensinar a pescar e deixar de dar o peixe que pode facilmente ser trocado por uma calça jeans de trezentos reais?

O fato é que estamos na rua, por nós e pelos demais! Estamos nas ruas por todos que se sentem na obrigação de serem A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER. Estamos na rua, porque não nos interessa as Copas e Olimpíadas. Estamos na rua porque nos interessa um futuro melhor. Estamos na rua porque nos interessa um futuro que hoje não podemos vislumbrar!

Estamos na rua, por um presente que nos faz sentir vergonha. Vergonha, até mesmo, por termos deixado tudo isso ter chegado ao ponto que chegou. Mas sempre é tempo, e COMEÇAMOS. Vencemos a preguiça e a procrastinação do jeitinho brasileiro de ser. Ganhamos as ruas, e mesmo com bombas, tiros e pancadaria, SOMOS UMA SÓ VOZ que não foge à luta e que segue em frente.


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