por Bruno David
Vem pra rua, porque a rua é o maior púlpito do Brasil!
Indignação. Em
resumidas contas, é isso o que move o povo brasileiro à se colocar nas ruas e
lutar pelos seus direitos. É bom ver que
algumas sementes daqueles antigos sentimentos que moveram outras gerações nas
Diretas Já e no impeachment de Collor, por exemplo, ainda são fecundas e
brotaram do solo de nossa Terra, Mãe-Gentil. Regados pela força da juventude de
nosso país, estamos acordando depois de um longo sono em berço esplêndido ao
som dos desmandos que se pode ouvir lá do planalto central.
Aumento dos
transportes públicos (de má qualidade), saúde precária, educação ineficaz ou
inexistente, bolsa-dependência do governo, inflação que começa a nos assustar
novamente, e estádios que fazem dos cofres públicos um chafariz de
oportunidades para os que se esquecem das reais necessidades do povo e vendem
uma imagem cheia de carnaval, samba e futebol para os que vem de fora.
Essa é a nossa
realidade. Estádios cheios, cabeças vazias. Barrigas cheias (milagre das
esmolas), e cidadãos compráveis, manipuláveis. A bola rola, e o dinheiro
escorre. A torcida grita gol, e os condenados de Mensalão estão por aí, livres
e juntos neste mesmo grito de gol. As filas para entrar nos estádios estão
imensas, mas e as filas dos hospitais? Mas e a remuneração dos professores? Mas
e os postos de saúde? Mas e as iniciativas culturais? Mas e a emancipação
intelectual do nosso povo? Mas quando vamos ensinar a pescar e deixar de dar o
peixe que pode facilmente ser trocado por uma calça jeans de trezentos reais?
O fato é que
estamos na rua, por nós e pelos demais! Estamos nas ruas por todos que se
sentem na obrigação de serem A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER. Estamos na rua, porque
não nos interessa as Copas e Olimpíadas. Estamos na rua porque nos interessa um
futuro melhor. Estamos na rua porque nos interessa um futuro que hoje não
podemos vislumbrar!
Estamos na
rua, por um presente que nos faz sentir vergonha. Vergonha, até mesmo, por
termos deixado tudo isso ter chegado ao ponto que chegou. Mas sempre é tempo, e
COMEÇAMOS. Vencemos a preguiça e a procrastinação do jeitinho brasileiro de
ser. Ganhamos as ruas, e mesmo com bombas, tiros e pancadaria, SOMOS UMA SÓ VOZ
que não foge à luta e que segue em frente.
parabéns pela iniciativa!!!
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